Psicoterapia: Inseguranças
Quem nunca se sentiu inseguro? A insegurança aparece quando fazemos uma co-relação métrica entre um desafio/atividade/posição e nós mesmos. Entretanto, esse "sobre nós mesmos” pode ser um perigoso emaranhado de informações distorcidas, críticas, pontos-cegos e intoxicações dos outros. E aqui está o primeiro bom motivo para fazer psicoterapia: identificar e modificar os padrões de erro na forma de se perceber, interpretar, valorar, conduzir. A maior parte das pessoas não amadureceram se ver com realidade, ficando limitadas em pré-formatos críticos, repetitivos de modelos, comparativos, e até autodestrutivos. Considero importante como psicoterapeuta trabalhar a deflagração dessas distorções no sentido de desidentificá-las da personalidade, uma vez que enquanto isso não ocorre a pessoa tende a ter uma amarra na angustia. É preciso construir novas referências para se observar, refletir e se conduzir que tenham bases construtivas, transformadoras, impulsionadoras para a qualidade da relação consigo.
Outro bom motivo para fazer psicoterapia é que a insegurança na maior parte das vezes está ligada seja ao medo de errar, seja ao medo de avaliação, seja ao medo de rejeição. Esses medos costumam ter raízes na infância, e, enquanto a pessoa não amadurece como se administrar em momentos de insegurança, fica sendo engatilhada em uma identidade infantil, frágil, de pouco poder e possibilidade. Enquanto a insegurança é reforçada, esse aprisionamento em uma fase do passado também o é, o que pode se tornar um caminho tanto para a ansiedade quanto para a depressão.
Sobretudo, mais do que isso, a psicoterapia pode ser balizadora para a pessoa ajudando ela a diferenciar uma mente e escolhas construtivas de destrutivas, renovadoras de estagnantes, prósperas de adoecedoras, propiciando gradualmente que a pessoa tenha autonomia para perceber suas próprias ciladas e assumir estratégias saudáveis.